quinta-feira, 31 de agosto de 2017

CIGARRO CAUSA 90% DOS CÂNCERES DE PULMÃO E ATÉ INFARTOS E AVCS

Dia Nacional do Combate ao Fumo é lembrado nesta terça-feira; Veja dicas de como parar
RIO — Ele tem mais de 4,7 mil substâncias presentes em sua composição e está na origem de 90% dos casos de câncer de pulmão no mundo. O cigarro também se relaciona a várias doenças do sistema cardiovascular, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Nesta terça-feira, dia 29, data em que é lembrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, diversas instituições destacam os riscos a que fumantes ativos e passivos se submetem e os benefícios de parar de consumir tabaco.
A data foi instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1986 e, de lá para cá, médicos se empenham em campanhas contra o fumo.
Segundo levantamento feito pela OMS, dentro das mais de 4 mil substâncias químicas em um cigarro, 250 delas são prejudiciais, e 50 são conhecidas por causar câncer. São 14 os tumores malignos associados ao uso de tabaco: câncer de pulmão, de boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, intestino, rim, bexiga, colo de útero, ovário e alguns tipos de leucemia.
De acordo com uma pesquisa publicada pela revista científica internacional “The Lancet”, o Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking de número absoluto de fumantes. Segundo o Ministério da Saúde, o hábito tende a ser mais frequente entre adultos de 45 a 64 anos e entre pessoas com baixa escolaridade. O número de mortes relacionadas ao tabagismo no Brasil é de 156 mil ao ano, tendo como base 2015, quando foi realizado um estudo sobre o assunto no Instituto Fernandes Figueira, da Fiocruz.
O tabagismo está na origem de 90% de todos os casos de câncer de pulmão no mundo — e entre os 10% restantes, 1/3 deles são os chamados fumantes passivos —, sendo responsável por ampliar em cerca de 20 vezes o risco de surgimento da doença. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil registra 28.220 novos casos de tumores pulmonares ao ano.
Os malefícios não são notados apenas a longo prazo. Algumas alterações no organismo podem ser percebidas imediatamente após a interrupção do fumo cotidiano.
— As decorrências podem aparecer imediatamente, com o aumento da pressão arterial, alterações de glicemia, mudanças no olfato e no paladar, na textura da pele, queda de cabelos — descreve Sérgio Pontes, da Aliança Instituto de Oncologia.
Estudos recentes constataram que o cigarro pode prejudicar até mesmo o canal auditivo, provocando zumbidos, a longo prazo.
A médica Aliciane Mota, do Instituto Brasiliense de Otorrinolaringologia (IBORL), explica que os fumantes são mais propensos a apresentarem otites — inflamações do ouvido — de repetição, rinites alérgicas, sinusites, faringites, câncer de boca e de laringe.
— Aqueles que já sofriam com rinites e sinusites antes de fumar têm o quadro agravado com o tabagismo — ressalta ela.
Dicas de primeiros passos para largar o cigarro
1 – Estar motivado a sair do vício. Não adianta a família mobilizar médicos e/ou investir se o paciente não estiver realmente determinado a parar de fumar
2 – Diminuir gradativamente o número de cigarros
3 – Evitar carregar o maço ou a carteira de cigarro
4 – Evitar deixar cinzeiros em casa
5 – Evitar qualquer substância que possa estimular o fumo, tais como café e bebida alcoólica
6 – Durante a motivação, falar para as pessoas próximas que está tentando parar de fumar, afim de ajudar no policiamento e no controle
O pneumologista Elie Fiss, da Cia. da Consulta, lista os benefícios que são percebidos ao parar de fumar:
– Após 20 minutos: a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal
– Após 2 horas: não há mais nicotina circulando no seu sangue
– Após 8 horas: o nível de oxigênio no sangue se normaliza
– Após 12 a 24 horas: os pulmões já funcionam melhor
– Após 2 dias: o olfato fica mais apurado, assim como a capacidade de sentir o gosto dos alimentos
Após 3 semanas: a respiração se tornará mais fácil e a circulação sanguínea irá melhorar
– Após 1 ano: o risco de morte por infarto do miocárdio é reduzido à metade
– Após 5 a 10 anos: o risco de sofrer infarto será igual ao de pessoas que nunca fumaram

*Fonte: O Globo.